quarta-feira, 24 de julho de 2013

Outono


Abro a janela, inspiro o ar

Gélido da madrugada.

Mais uma vez o frio endurece

Meus ossos,

Faz tinir os dentes,

Petrifica o coração.

Luzes difusas na cidade

Mostram o vermelho do céu.

Folhas caídas no chão

Anunciam com força de um

Presságio o que está para vir.

Vir de onde? Para onde?

Folhas caídas a correr

Pelo chão, delineando

Moinhos de vento.

Poeira deitada, como corpos

Exaustos ao chão

Sorrisos desistidos

Bocas dadas aos beijos esquecidos.

Tempo a preparar para o

Esquecimento final.

Esquecimento do cálido inverno

Da Alma

Folhas a deitarem na relva,

Onde outrora deitavam-se

Os corpos em sonho,

nas arejadas noites de verão.

(25.03.2007)

Nenhum comentário:

Postar um comentário