Abro a janela, inspiro o ar
Gélido da madrugada.
Mais uma vez o frio endurece
Meus ossos,
Faz tinir os dentes,
Petrifica o coração.
Luzes difusas na cidade
Mostram o vermelho do céu.
Folhas caídas no chão
Anunciam com força de um
Presságio o que está para vir.
Vir de onde? Para onde?
Folhas caídas a correr
Pelo chão, delineando
Moinhos de vento.
Poeira deitada, como corpos
Exaustos ao chão
Sorrisos desistidos
Bocas dadas aos beijos esquecidos.
Tempo a preparar para o
Esquecimento final.
Esquecimento do cálido inverno
Da Alma
Folhas a deitarem na relva,
Onde outrora deitavam-se
Os corpos em sonho,
nas arejadas noites de verão.
(25.03.2007)
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