Passeio pelas ruas
Em busca de ti
Olho para o alto das cúpulas
Douradas, em centenas,
Apontam-me o céu.
Sol, vejo-te refletido no ouro,
Vastidão do firmamento.
Troco passos, os olhos
Que atravessam as pontes
São os teus.
Em milhares se multiplicam,
Olham-me, bisbilhotam...
Silenciosamente...
Busco-te em um, em apenas um par
Mas estás em tantos, estás em todos...
Olhos, corpos que contam histórias de guerras,
Guerreiros, conquistas, glórias...
Tempo áureo... nosso tempo!
E naquele passado perscruto tua alma,
aprisionada nos porões do castelo!
O rio, incessante, passa por debaixo das pontes,
apenas o rio a limpar,
purificar as dores e dissabores.
Água negra de sangue, de sonhos...
As cores vivas se misturam,
Deslumbrada pelos raios de sol
Olho para cima, um falcão paira no ar
Em forma de vaga.
Mais uma vez, no alto te procuro,
Olhar de ouro, para me libertar.