quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Elegia 2: Aos 80 anos do Adeus de Florbela

Há oitenta anos nos dava adeus.
Tão jovem, tão linda,
tão velhinha e sofrida.
Suas mãos, bênçãos divinas,
nos presenteou com os mais
belos versos de nossa língua.
Seu corpo transgrediu pela letra
e pela sua voz silenciou,
o feminino,assim, Florbela pintou.
Tão jovem e tão velha,
ó Bela Florbela, que dor
a nossa em não lhe conhecer.
Ficamos aqui, mais velhos e vazios
sem sua arte, como flor que nunca
pôde desabrochar em totalidade.
Então, junta suas mãos ao peito
e com braçadas de crisântemos dorme,
sonha com os velhos poetas,
que aqui continuamos a sonhar
com a nossa grande asceta,
nossa Florbela poeta,
Aqui ficamos a sonhar com ti.

grande poet