quarta-feira, 4 de março de 2009

À MARGEM DO TEJO

"Porque quem ama não sabe o que ama nem o que é amar(...)" Fernando Pessoa

Nunca vi o Tejo, nem sei se o verei,
Tejo de águas profundas onde dormem almas
Apaixonadas, amortalhadas, almas de poetas
Que nunca poetizaram.
Nunca vi o Tejo, mas sim os teus olhos
Teus olhos, negros como suas águas à noite,
Mergulhados na escuridão do abismo lusitano
A separar nossos espíritos, meus desejos
Nunca vi o Tejo, mas em sua profundeza
Está a minha dor e em suas margens
Meus versos são desfeitos ao vento.
O Tejo abriga a minha alma amortalhada,
Alma de mais uma amante apaixonada
Amante de incerteza e amada de ninguém.
O Tejo, nunca o vi, os teus olhos sim, o vêem agora,
E na névoa que paira à margem, desenhas o rosto
De uma rapariga qualquer, de inocência desejada
E coração virgem...
Nunca vi o Tejo, mas à sua margem choro
a dor de não ser a tua rapariga desejada,
de não ter os teus olhos negros
negros profundos do Tejo.

Michelle Vasconcelos
28/01/2009

4 comentários:

  1. Muito legal!
    Estou curioso pra saber quais vão pro sarau.

    0/

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  2. Tens um EU-Lirico que aviva as coisas. Tens um EU-Lirico que transforma e aproxima os objetos do mundo do teu interior. Adorei, querida amiga.

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  3. Ahhh eu já havia lido, que honra ter visto em primeira mão! Não comentei aqui antes porque na FURG não apareciam os caracteres para postagem. =)

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  4. Olá, gostei dos seus escritos!!
    Conheça os meus:
    olhosnublados.blogspot.com

    Obrigado,
    Wash

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